Cenas do cotidiano

Mês de março para mim sempre foi o pior do ano. Apesar de ser o mês do meu aniversário e também o da minha filha, mesmo assim o estigma não foi superado.
Estou passando um período muito delicado na minha vida e isso ás vezes tem repercussão no mundo externo atraindo situações inusitadas, como a que eu passei hoje no trânsito; estava parada em uma rua aguardando o carro na minha frente atravessar para uma via movimentada e me vi buzinando alucinadamente para o carro parar de dar marcha a ré, fui clara né... estava parada, assim que me vi lesada sem ter o que fazer, desci do carro para ver o tamanho do estrago e na mesma hora sai uma menina adolescente do tal carro e me xinga de tudo que é nome. Atrás do meu carro havia uma advogada que se prontificou a testemunhar a meu favor afirmando ser testemunha ocular da cagada homérica feita pelo carro da frente.No meio dessa confusão a que deu a ré sai e vai levar a filha (a que me xingou..) para o trabalho e a moça do carro de trás sai na captura dela para perseguí-la sem nenhum pudor, bom.. só um detalhe a minha fiel testemunha está grávida de uns 5 meses.
Chegamos na delegacia com um bate boca dos infernos e afirmações do tipo:
-Não rela o dedo em mim "Sua Pobre", Odeio "pobre"!
-Minha filha é "de menor"! Sua burra, barbeira não existe "de menor", é MENOR!
A história acabou na frente do delegado com os maridos contemporizando os nervos femininos e comentários entre os aliados do mesmo sexo:
-Nem vi onde bateu...
- Mulher é tudo nervosa, né! Acha que precisava fazer todo esse escândalo?
-É... podíamos estar tomando uma cerveja agora!
-Então fulano eu ligo aí para vc !
- Não esquenta a cabeça...

Fim